Borrocochô |
Por isso nem consegui escrever o post que planejei. Queria falar sobre música e a nossa rotina cantarolante. Falar das músicas que Ana gosta e das suas reações. O papo era alto astral.
Mas, mas, mas... Hoje não acordei no clima. E como eu sou pura emoção, não sei (não consigo) sentir algo e escrever sobre assunto de clima completamente diferente. Já escutei, na minha vida profissional, que tenho que controlar as minhas emoções. O tempo passou. Eu já avancei muito. Mas o “essencialmente eu” ainda mostra sua cara com toda força em dias como hoje.
Refleti na madrugada sobre os motivos para minha chateação e comecei a numerar o que tinha acontecido no dia anterior. Numerar mesmo. Vocês já sabem dessa minha mania de organização.
1. Há duas semanas que o sono noturno da Aninha está alterado. Eu que respondia SIM saltitante a pergunta máster da maternidade (sua filha dorme bem?) estou atualmente zumbizando pela casa. A garotinha que acordava uma vez na madrugada agora me chama para mamar de três a cinco vezes. E depois que ela mama e dorme eu fico entre uma e duas horas para pegar no sono de novo. Faz as contas aí comadre porque nem eu sei quantas horas estou dormindo efetivamente.
2. Fui a creche ontem acertar os detalhes e só tem vaga para Ana a partir do dia 23-01. Eu começo a trabalhar no dia 03-01. Família em outra cidade. Sentiu o drama?
3. Serei madrinha de casamento na próxima semana e somente ontem tive coragem de tirar o velho vestido do armário para experimentar. Claro que não gostei. Se o casal não fosse tão querido ligaria ontem mesmo para pedir dispensa da função. A justificativa? Olha sou uma recém parida (tá, eu sei que já tem 5 meses) dando ataque de pelanca e nada absolutamente nada que eu vestir agora me fará sentir apta a desfilar numa igreja e permanecer em destaque no altar. Sei que o destaque é da noiva. Sim! Mas é ataque de pelanca meu povo. Lá tem sentido.
Só que hoje, e muito por causa da maternidade, eu amadureci. E as minhas reflexões passaram a ser mais profundas. Mais sinceras. Por mais que tente mascarar com as chateações acima, eu sei lá no fundo que o verdadeiro motivo para o borrocochô não é esse. Pois se eu pensar bem pra cada situação tem um jeito. Vejamos:
1. É compreensível a mudança no soninho da Ana. Nesse mês iniciamos a papinha de fruta e ela ainda está se acostumando. Toda alteração na rotina influencia no sono do bebê. Então ainda é cedo para desespero. É aguardar e confiar como diria Didi Mocó.
2. Posso deixa-la em outra creche até o dia 23. Talvez minha mãe possa vir (sonho) ficar com ela durante esses vinte dias. Um milagre pode acontecer e surgir uma vaga até lá. Quem sabe?
3. Já esse ponto é ligar “tô nem aí” mesmo. Tipo tô caída, mas tô na moda! Vou comer docinho, dar risada com meus amigos e parar de neura. Deixar o perfeccionismo para as globais, afinal minha cria mama livremente e disso não abro mão.
Como achei solução pra algumas e descobri que não dou tanta importância assim para as sem solução imediata, encontrei o verdadeiro motivo do borrocochô: O meu eterno questionamento sobre escolha profissional. Antigamente, de forma imatura, eu ficava inventando motivos ou aceitando os que me sugeriam. Agora, com Aninha, tive que me conscientizar: mimimi e chororô não me levam a lugar algum. Deixar tudo no campo da mentalização de nada adianta. Tenho que definir, me jogar, arriscar...
E isso tá me inquietando. Tá me estressando. Ô Jesus! Tá dando até post desabafo. Por que sei, hoje entendo, que isso requer mudanças mais profundas. De personalidade. Que até agora eu empurrei com a barriga. Se eu deixar vou morrer assim que nem Gabrieeela! E coisa mais chata é ter passado por esse mundo sem realizar.
Vocês não acham?
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