segunda-feira, 2 de abril de 2012

Modelando uma mãe

Postado por Flávia às 01:09
Esse post poderia também se chamar as minhas tentativas de voltar ao corpo brotinho. Melhor: minhas atrapalhadas tentativas de voltar ao corpo brotinho.
Depois que pari, passei os meses seguintes numa vibe desencanada em relação às questões estéticas. Deixei os brancos assumirem o território capilar por causa da amamentação. Usei cinta apenas por algum  tempo porque não tinha paciência de ficar sem respirar enquanto cuidava de um bebê. Esqueci de usar as pomadas na cicatriz da cesárea. Meu cabelo vivia preso e eu nem sonhava com a ideia de correr até salão e interromper o mundo materno no qual estava mergulhada.
Eu respirava, comia e bebia as necessidades da minha filha e simplesmente me larguei. Realidade natural da maioria das mães lambedoras de crias.
O tempo passou. As cólicas e o refluxo também. A alimentação deixou de ser exclusivamente a amamentação. Comecei dando escapadinhas para ir ao salão. Depois voltei ao peso anterior a gravidez. E a voz continuou a mesma, mas a barriguinha... Essa precisa de ajuda. Não é nada bagaceira. Só que na minha cabecinha quixotesca eu quero (eu posso/eu consigo) que seja como antes. Tá, talvez não dê. Não custa sonhar, sonhar, subir, subiiir...
Nessa minha viagem, surgiu uma promoção nesses sites de compra coletiva. Mil e umas sessões de massagem modeladora mais manta térmica mais não sei que mais lá. Conhecem o tipo?
Pois bem. Promoção é o meu nome do meio e perder a barriga fácil é o meu sonho. Na minha cabeça, repito quixotesca, já me imaginei saradinha sem sacrifícios. Tipo produtos Tabajara: meus problemas acabaram.
Fechei pacote, marquei o dia e lá fui eu. O objetivo é reduzir abdômen e acreditando na Lua de Cristal, eu deitei na maca. A esteticista começou a passar um gel e depois uma maquininha. Geladinho delicia. Eu toda relaxada elogiando as mãos leves da garota e pensando "vai ser barbada".
Muda a máquina e de repente de geladinho delicia passa para um aparelho desentupidor de pia sugando a minha barriga. E sobe. E desce. E suga. E puxa. E slap, slap, slaaap. Naquela hora eu entendi que fácil mesmo é bater prego em barra de manteiga.
O troço sugando e eu suando. Até aí a dor estava no patamar “ok beleza, dá para aguentar”. Olhei para esteticista com olhar de pobre coitada e lancei:

    Fulaninha, tá doendo muito. Não sabia que era assim.

E ela bem bonita me respondeu

           Ô minha linda, esse é só o inicio do tratamento.

É, tinha mais. Seguimos para uma tal massagem que módeus. Aperta, sobe, desce, aperta. E nessa hora, a garota percebeu que a cliente estava mudando de cor. Chamou a esteticista mestra que veio confirmar se a fracote iria desmaiar mesmo.
Continuou a massagem me dizendo: pensa que está perdendo a barriguinha. Eu só conseguia pensar “ minha senhora, eu tô perdendo é a alegria de viver!”. Criei um apelido para essa massagem. Capitão Nascimento.  Quem em sã consciência iria permanecer num corpo debaixo de tanta porrada? A gordura tem que pedir pra sair. Eu entregava qualquer um deitada naquela maca. No primeiro aperto.
Do meio pro final eu já estava gargalhando histericamente. De nervoso é claro. Tomava aperto e ria feito louca. Louca mesmo. A esteticista deve ter pensado o mesmo.
Enfim a sessão de tortura massagem acabou. Eu num misto de aliviada e cambaleante fui embora. Encontrar o marido que as gargalhadas me perguntou ironicamente:
- E aí? Quando é a próxima?
- Segunda. Ainda faltam nove sessões. A esteticista disse que a gente sofre, mas vê resultado!
Eu já falei aqui da minha cabeça quixotesca?

1 comentários:

O Apê de Nós Três! on 2 de abril de 2012 às 06:36 disse...

kkkkkkkkk
Amiga, depois conta se a tortura funcionou!!!kkk
bju

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